A arte do Recém-Licenciadismo #1




















DICAS DE MARKETING PESSOAL #1
Correio electrónico e Curriculum vitae

Caro leitor, hoje abordamos um assunto premente: a arte do Recém-Licenciadismo. “E o que é essa sublime arte?”, questionará o leitor. Posto de forma simples, é a arte de terminar uma licenciatura e lutar contra o desemprego. Essa luta exige, para além de força de vontade, uma série de técnicas relacionadas com aquilo a que se chama Marketing Pessoal ou Personal Branding.
O presente texto pretende ser o primeiro de uma série artigos sobre dicas de Marketing Pessoal. Fique o caro leitor a saber que – à data da realização deste artigo – escrevo sobre esta matéria com a autoridade de quem acumula os cargos de estudante e estagiário: ambos não remunerados! As dicas aqui deixadas são, portanto, fruto de investigação e aconselhamento de quem sabe. No artigo de hoje, começamos pelo básico: comunicação através de correio electrónico e construção do curriculum vitae.

Correio electrónico: começando, precisamente, pelo básico, gostaria de chamar à atenção para o cuidado a ter na troca de mensagens de email com potenciais empregadores. Muitas vezes, esse é o primeiro contacto – mesmo antes de o CV chegar às mãos do empregador –, pelo que a linguagem deve ser cuidada. Cuidada não significa, na minha perspectiva, caro leitor, um excesso de cortesias ou uma linguagem rigidamente formal. Refiro-me ao uso correcto do português, respeito e atenção às especificidades da comunicação através de correio electrónico (indicar o assunto de forma clara, não sobrecarregar a mensagem com anexos, identificação do remetente, evitar exclamações e uso de caixas altas, etc.);

Curriculum vitae: é, na generalidade dos casos, o primeiro contacto “oficial” entre o candidato e a entidade empregadora. A frase feita “só se tem uma oportunidade para causar boa impressão” aplica-se neste contexto, particularmente relativamente a recém-licenciados que, regra geral, não se podem dar ao luxo de fazer o curriculum valer-se apenas pela experiência profissional – porque não a têm –, sendo que é importante apresentar um documento organizado e com um design e linguagem cativantes. Algumas dicas:

Analisar a empresa antes de enviar o curriculum. Tentar perceber o “posicionamento” da empresa e ao que esta dá mais importância. Por exemplo, se nos candidatarmos a um lugar num canal de televisão, um video resume” pode ser uma boa opção; se nos candidatarmos a uma agência de publicidade, pode ser vantajoso criar um CV com um layout semelhante a um anúncio ou a uma página de classificados, por exemplo;

Regra geral, deve evitar-se o modelo europeu (Europass) tendo em conta a saturação dos empregadores relativamente a este modelo hoje em dia. No meio de vinte CVs da Europass (impressos ou em PDF), se surgir um que fuja a esse modelo, vai, muito provavelmente, destacar-se;

Incluir apenas a informação essencial. Os CVs exigem-se cada vez mais breves e rápidos de ler. Há formas de remeter o empregador para uma versão mais exaustiva do CV ou até para um portefólio, caso seja necessário. Mas já lá iremos, caro leitor;

Design clean, mas chamativo. Criar um esquema de cores e de lettering e manter-se fiel a ele em todo o documento. Isto não significa, caro leitor, usar sempre a mesma cor, mas o mesmo esquema de cores;

Criar um grafismo com o nosso nome e colocá-lo no topo da página. Isto é, estilizar o nosso nome (primeiro e último, por exemplo) de forma simples e colocá-lo num dos cantos superiores da página. Desta forma, o nosso CV vai ser fácil de encontrar no meio de um monte de CVs impressos que o empregador esteja a folhear, e também vai ser facilmente reconhecido entre muitos ficheiros que o empregador abra nos dispositivos electrónicos, porque vai ter uma “mancha gráfica” distinta;

Dividir o layout por sectores. Se os sectores estiverem bem assinalados, é fácil para o empregador saltar de secção em secção sem ter de ler tudo cada vez que quiser consultar uma informação específica. Por exemplo, é importante que a informação básica (nome, contactos, etc.) esteja no topo da página. Contudo, é igualmente importante que o empregador possa ignorar essa secção para ir, imediatamente, ler a experiência ou as aptidões e, só depois, se o perfil interessar, voltar atrás e analisar a informação básica;

Usar pictogramas para assinalar contactos, perfil, aptidões, línguas, ferramentas, etc.. Quanto a mim, caro leitor, os pictogramas aplicados devem ser de dimensões razoáveis (superiores às do Europass) e coerentes entre si, ou seja, não deve ser cada um de sua cor e cada um de seu estilo. Devem ser, acima de tudo, úteis, informativos e não meros elementos decorativos, servindo de referência visual mesmo que o empregador esteja a ler o CV “na diagonal” (ajudam na distinção dos sectores referidos no tópico anterior);

Usar escalas gráficas para quantificar as aptidões, as ferramentas, as línguas, etc.. Isto possibilita uma leitura rápida e permite perceber, facilmente, que tipo de ferramentas o candidato melhor domina entre aquelas que apresenta no CV;

As tag clouds podem ser uma forma eficaz de listar as nossas características ou interesses, dando maior destaque visual a umas ou a outras;


QR codes. O uso de códigos QR e de links prende-se com duas questões: (1) a sua utilidade e (2) a mensagem que passa sobre o candidato:
1.       A utilidade tem que ver com a possibilidade de remeter o empregador para uma versão mais exaustiva e menos gráfica do CV (o Europass ou até a página de Linkedin), bem como para um portefólio online;

2.       O recurso a esta tecnologia revela a “digital awareness” do candidato, ou seja, a sua atenção e sensibilidade para o uso das últimas tecnologias digitais.

Esperemos, caro leitor, que estas dicas lhe sejam úteis. Em artigos futuros, aqui no Breaking Marketing & Design, serão abordados outros aspectos a ter em conta na intricada prática do Recém-Licenciadismo.

Texto: Luís Lima
Fotografia: Luís Lima

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